quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O QUE APRENDI COM DILMA ROUSSEF

Sempre me foi peculiar reconhecer no outro tudo aquilo que pode me fazer crescer. Hoje eu venho reunir aqui o que já tenho publicado em poucas linhas nas redes sociais: minha admiração à resiliência da ex-presidenta Dilma Roussef. E esse é um artigo diferente dos que você está habituado a ler acerca do processo dúbio que cercou o impeachment. 

Diferente porque eu não votei em Dilma. Tenho críticas duras ao PT. Eu não votei em Dilma, mas mais de 50 milhões de brasileiros, sim! Logo, não me apetece fazer birra contra alguém que eu não votei. Eu aprendi sobre democracia ainda criança, bem como a aceitar o que é da vontade da maioria. Além do que, o governo é pro povo. O povo soltou Barrabás e condenou Jesus. Foi o povo quem elegeu Dilma. O povo deixou o PT por 14 anos no poder.

Mas esse é um artigo de reconhecimento! De força. De garra de uma mulher que não titubeou. Não se abateu. Não renunciou. Enfrentou de cabeça erguida e olhou os olhos de todos os algozes que desejavam sua cabeça em uma bandeja.


No lugar dela, quantos dos que me leem, sejam homens ou mulheres teriam a mesma coragem? Collor, temendo o inevitável, recuou e tentou renunciar. Não foi possível e amargou uma dupla derrota: uma de ordem política e outra de ordem moral, porque não teve a bravura de enfrentar a derrota. Porque no âmago de sua consciência, pesava a traição que ele cometera ao povo e a ele mesmo.

Não obstante o fato da força de Dilma, registro a nítida percepção da injustiça cometida daqueles que votaram a favor pela cassação do mandato da presidente. Eles não suportaram o peso que os acusava e a fim de aliviar as costas da culpa, num ato de afronta a constituição, desvincularam a segunda frase que o ônus do impeachment acarreta e preservaram os direitos políticos a Dilma. E então, assistimos aos mesmos senadores que se mostravam tão afiados em matéria constitucional, ir contrários a uma medida já prevista.

E Dilma forte. Como muitos dizem, coração valente! Talvez menos subjetivo e mais literal que destaca a sobriedade dela durante todo o processo.

Sim, Dilma! Você me representa! Não só a mim, como a muitos dos que se dizem seus inimigos, mas não têm 1/3 de sua força. A sua atuação me encheu de orgulho de ser mulher. Sua postura mostra que a resiliência, além de necessária é possível. E é possível passar de cabeça erguida diante dos que te acusam, porque se a tua consciência não pesa, não há fardo que te imponham que vá te fazer recuar.

Obrigada, Dilma.

Um comentário:

Nitelma Lima disse...

Bravo! Bravo!
Como sempre, você tem o dom de expressar na escrita o que fica engasgado em muitos de nós, mas não conseguimos desenvolver uma reflexão tão esplêndida. Talvez, por sempre me deixar levar pelo sentimento, sinto...me angustio...choro, mas não mais tenho forças emocionais para lutar contra meio mundo de traidores. Sei que sua reflexão é direcionada à mulher, talvez não à ex-presidenta. Parabéns!